Blog de Alcides Santos

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terça-feira, janeiro 13, 2009

Hoje tem espetáculo de imBBBecialização. Plim-plim!

José Adalberto Ribeiro
joseadalbertoribeiro@hotmail.com
Alô, alô macacada!
Hoje é dia de Big Brother Brasil!
-- Hoje tem espetáculo de imbecialização coletiva do BBB?
-- Tem, sim senhor!
-- Depois da escolinha de delinquência (sem trema, computador) da novela “Favorita”?
-- Hoje tem marmelada?
-- Tem, sim senhor!
-- Arrocha macacada! Eh! Eh! Arrocha macacada! Eh! Eh! Eh!
Depois de reclamar das contas da Celpe e da Telemar, milhões de pernambucanos e brasileiros vão gastar energia para ficar eletrizados diante dos aparelhos sanitários da televisão, torcer pelos marmanjos tatuados com cérebro de repolho, pelas mulheres-tanajura, mulheres-pavão e se emocionar diante das proezas sexuais dos novos ídolos nacionais.
Antes da estréia triunfal do BBB, os personagens da novela favorita de milhões de brasileiros farão demonstrações explícitas sobre mau-caratismo, traições, violência, patifarias em geral que fazem sucesso nas telas, nos lares e em todos os lugares onde canta o carcará e onde cantava o sabiá.
Os fãs dos delinquentes fictícios continuarão a protestar contra a corrupção e a violência no País e a adorar a mundiça do Big Brother. As elites da mundiça nacional dominam os horários nobres das televisões, nos domingões, nos sabadões e em todos os dias de feiras.
Atenção, macacada! Gastem suas energias sexuais, gastem a energia da Celpe, fiquem pendurados nos telefones da Telemar, nos telefones sem fio, nos fios dentais, gastem os créditos dos celulares, organizem torcidas, façam correntes e orações, fiquem ligados na Internet para eleger o nosso “herói”, no dizer catatônico do apresentador Pedro Bardal.
Depois de degustar todas as mulheres da “casa”, o grande herói do Big Brother será contratado para exibir os possuídos na revista “G” Magazine e entrevistado no programa do Faustão. A heroína, por sua vez, cumprirá a honrosa missão de transar no chuveiro, na piscina, nos edredons, em cima da mesa e debaixo da cama com todos os inquilinos da “casa”, com a produção do programa e outros fregueses, até receber uma proposta de pousar para a revista “Playboy” em posições ginecológicas e desfilar nas escolas de samba cariocas.
Heróis e heroínas vivem noutras galáxias, exibem tatuagens, peitos de silicone. São os homens com cérebros de repolho, mulheres-tanajura e mulheres-pavão. Não querem estudar, nem trabalhar, nem ter compromissos. Querem apenas ser astros de televisão, frequentar (sem trema) os salões da moda, bronzear-se nas praias, desfilar nas escolas de samba, nas paradas de orgulho gay, de orgulho de ser travesti ou transformista, de orgulho de serem sexualmente transgênicos.
Eis um melancólico exemplo para os jovens e para a sociedade brasileira! Se você criticar, será amaldiçoado.
Claro que a nova versão do BBB será um sucesso danado. A macacada brasileira adora o espetáculo da imbecialização coletiva. “Sentados no trono do seu apartamento, com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar”, como diria o profeta Raul Seixas, ou com a boca desdentada, os teleguiados irão amar e detestar os personagens, votar no paredão, derramar-se em lágrimas.
Os bad boys tatuados e as sirigaitas com bunda de tanajura irão conquistar os corações das donzelas, das mulheres fiéis e dos marmanjos. Maridos enciumados e irados irão dormir no sofá da sala e serão denunciados por maus tratos às mulheres no programa de Cardinot. Graça Araújo, famosa e formosa criatura, irá entrevistar as fiéis esposas abandonadas e os maridos serão enquadrados na Lei Maria da Penha por conta das crueldades do Big Brother. Salve, Graça, menina dos olhos do meio-dia!
Crise, que crise?! Olhai os cafuçus do BBB! Eles não fiam nem tecem, no entanto ostentam mais esplendores que os príncipes em seus castelos.
Quando eu crescer Deus me livre de embarcar na imbecialização coletiva do Big Brother Brasil. Tô fora!
Eu que me sento no trono do meu apê na Jaqueira com a boca escancarada cheia de dentes de titânio implantados pelo dentista Everardo Lessa e movido por um vinho chileno de 750 cilindradas, prefiro navegar a bordo do maravilhoso DVD “The Beatles Love -- Cirque Du Soleil” que me foi presenteado pelo bom amigo José Mário Austregésilo. Voilà, macacada!